Gata pintada com adesivo morreu intoxicada

Foi muita crueldade o que fizeram com a gatinha Clara de apenas 4 meses. Desconhecidos pegaram a gata de estimação da advogada Beatriz Ribeiro Valvano e pintaram o pelo dela com adesivo industrial usado na fixação de para-brisas. A cola cobriu todo corpo da gata e entrou dentro da orelha direita. Ficaram de fora apenas os membros, o rabo e parte da cabeça. O crime aconteceu domingo a noite no bairro Nova Caçapava.

Vizinhos de Beatriz desconfiam que a maldade tenha sido praticada por um grupo de viciados que frequenta o bairro.
Depois de 4 dias de internação na Central dos Bichos, Clara morreu por intoxicação. Os produtos químicos que compõem o adesivo foram absorvidos pelo organismo de Clara que chegou a tomar morfina para amenizar a dor.
Segundo a veterinária Katarina Galvão a gata vinha sendo monitorada 24 horas por dia. Ela disse que em 12 anos de profissão nunca tinha visto um caso desse tipo. “Já atendemos muitos animais de estimação que se sujam com tinta. Teve até uma vez um cachorro que entrou dentro de uma lata. Mas era tinta de parede que dá para remover com água. O problema com a Clara é que usaram esse adesivo a base de polímeros. Colou o pelo e a pele junto” explicou.
A pequena Clara, como era chamada por Beatriz, era uma gatinha extremamente branca. Conforme a veterinária esse fato também contribuiu para que o animal tivesse maior sensibilidade a toxidade do adesivo. “Quem tem a pele clara é mais sensível. Nos animais é a mesma coisa. Ela sofreu muito. Sugeriram até que a Clara fosse sacrificada, mas somos a favor da vida e lutamos até o fim para tentar trazer ela de volta” lamentou Katarina.
Clara gostava de gente
Clara era uma autêntica street cat (sem raça definida). Muito dócil, gostava de brincar com gente. Passava o dia na rua, perto da garotada que joga bola na calçada. Os causadores da morte de Clara se valeram dessa docilidade para praticar o crime. 
Beatriz que ainda se recupera dos momentos de tristeza e raiva que viveu nos últimos dias diz que não sossega enquanto não identificar os autores de tamanha brutalidade. “Fui na polícia e fiz um boletim de ocorrência. Tenho recebido o apoio de muitos amigos e do pessoal do Facebook. Eu quero justiça, se não for a do homem, tenho certeza que a de Deus será feita”, concluiu.